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É verdade: só é possível amar profundamente aquilo que se conhece. Entrar em um percurso de História da Igreja é conhece-la para ama-la. Mas, amar como Cristo a amou, entregando-se por ela. Por isso, o objetivo deste percurso não é acumular informações sobre 2000 anos de história, ou tentar fazer uma análise histórico-crítica, mas receber a graça de reconhecer a condução do Espirito Santo em cada passo da caminhada cristã e contemplar a Santidade que Deus concede à sua Esposa. 

            Para dar início a este caminho, voltemos ao Pentecostes, onde nasce a Igreja, sob a autoridade de Pedro e dos Apóstolos. Desde o princípio a fé cristã se difunde em meio a grandes desafios, enfrentando perseguições e até mesmo heresias que surgem muito cedo em seu seio. Porém, a cristandade cresce, desenvolve e estrutura-se tanto na dimensão da celebração do Mistério Cristão, quanto na dimensão doutrinal.           

            A Igreja surge e se expande em meio ao Império Romano, estes que foram a fonte das intensas perseguições sofridas pelo Povo de Deus. Porém, quando Constantino sobe ao poder do Império, a Igreja vive um tempo de paz. É aqui o princípio do Movimento Ascético em resposta à sede do essencial que surgia entre os cristãos. Igualmente, nos primeiros séculos da cristandade é que se dá a atividade dos Padres da Igreja, grandes homens, que foram de suma importância para a estruturação da doutrina, no combate contra as heresias, e de certa forma na construção da Tradição Apostólica.

             Porém, em meados do século V acontece a invasão do Império Romano pelos bárbaros. Isso será de grande impacto para os Cristãos que agora terão de enfrentar esse novo contexto de uma Europa fragmentada. Numa tentativa de reunificação, acontece o processo de criação dos Estados Pontifícios, além de haver muitos esforços por parte dos monges para a reestruturação da Europa devastada, acontecendo a fundação de novas Ordens Religiosas. Agora, a fé cristã sai do meio habitual do início, entrando em contato com novos povos que carregam outras culturas, e o anúncio do Evangelho tem agora o desafio de entrar em contato com novas mentalidades.

            Em sua caminhada, a Igreja precisa enfrentar as divisões que surgem em seu meio ao longo do tempo. A primeira divisão é o que chamamos de “O grande Cisma do Oriente”, dando origem a Igreja Católica (Ocidente), e a Igreja Ortodoxa (Oriente), cada uma com suas particularidades. Já no Séc. XIV a fé cristã passa pelo conflituoso “Cisma do Ocidente”, etapa em que a Igreja chega a ter dois papas; neste momento delicado as figuras de Santa Catarina de Sena e Santa Brígida são luminosas. Mais adiante, a Fé Cristã irá ter mais uma divisão, com a Reforma Protestante; em resposta disso a Igreja realiza uma Reforma Católica, alcançado até mesmo as grandes Ordens Religiosas de então.

            Entretanto, o Evangelho precisa alcançar as nações que ainda não conhecem a salvação de Cristo; em vista disto, a Igreja se abre a novos horizontes missionários, lançando-se ao anúncio para os povos africanos, americanos e asiáticos. Por outro lado, no continente europeu a Igreja continua a passar por dificuldades: tanto religiosas, em relação ao contexto protestante que se formou e as heresias que surgem, como o quietismo e o jansenismo, tanto da parte política, relacionado ao galicanismo, onde o poder temporal quer se impor sobre o poder espiritual, na tentativa de diminuir o poder de Roma sobre as Igrejas de cada Estado.

            Chegamos ao século XVIII e com ele mudanças de época. Tanto o Iluminismo, quanto a Revolução Francesa são marcas dessas mudanças de mentalidade da humanidade, mentalidades que irão se colocar contra a lógica cristã provocando a Igreja a lidar com este novo contexto. Em vista disso, o Papa pio IX convoca o “Concílio Vaticano I”, para responder à conjuntura atual. Mas, a humanidade continua a caminha e no chegamos ao século XIX, onde a humanidade é assolada pelas duas grandes Guerras Mundiais, e neste momento o mundo precisa de um anúncio de esperança, paz e santidade, e santos personificam este anúncio, como é o exemplo de S. Maximiliano Maria Kolbe.

            Atravessando todos esses séculos de história, chegamos aos dois últimos, Sécs. XX e XXI. Já no séc. XX acontece o grande Concílio Vaticano II, abrindo a Igreja para novas óticas e horizontes na forma de ser Igreja e de anunciar o Verbo. Conhecemos nestes tempos santos Papas, que conduzem a Igreja em meio a uma época de mudanças, como São João XXIII e São Paulo VI, responsáveis pela a abertura do concílio. Já no século XXI conhecemos São João Paulo II, Bento XVI e agora o Papa Francisco.

            Deus continua a nos atrair e chamar a dar a vida pela a Igreja e sermos santos através dela.